Crítica: Eclipse

quarta-feira, 30 de junho de 2010
Não é por menos que falaram tanto do diretor David Slade, de MeninaMá.com (2005) e 30 Dias de Noite (2007). Ele tornou A Saga Crepúsculo: Eclipse um tanto sombria e obscura, cheia de ação e mais aventura, além de ter uma moderada dose de sensualidade. Digo moderada, pois as cenas quentes entre Isabella Swan (Kristen Stwart) e Edward Cullen (Robert Pattinson) só ocorre em um dado momento do filme, na casa do vampiro. Só e não passa disso.
Slade coloca o público a flor da pele e faz do longa uma nova trama, que deixa a inocência e ingenuidade de lado, e passa a mostrar os riscos, os perigos, a sexualidade, enfim, deixa a saga menos criança e a transforma recuperando pontos perdidos em Lua Nova. O roteiro foi bem feito e a direção de Eclipse não peca no que diz respeito à fidelidade do terceiro Crepúsculo. David Slade elabora cenas mais dinâmicas e escuras para passar ao espectador toda a tensão do desenrolar da história, sendo o mais fiel possível ao livro.
Bella parece estar decidida em qual rumo tomar, mas Jacob Black (Taylor Lautner) que não desiste de rondar a moça - e que não nos permite escutar o que dizem os personagens, pois as meninas da sala do cinema gritam histéricamente ao saborear a visão de seus músculos e um corpo sarado - a coloca, literalmente, em xeque-mate.
A atuação de todos os atores da saga evoluiu. Kristen finalmente esboça mais expressão, mas muito pouco, e Taylor parece que conseguiu captar o "estilo" Jacob de ser. Enquanto a Robert cabe o papel romancista de tempos antigos, desta vez com mais cara de dor do que o próprio irmão adotivo, Jasper Hale (Jackson Rathbone) - alguém que comentarei mais a respeito no final.
Também não é para menos: o beijo mais caliente de toda a saga foi dele, o lobisomem Jacob com sua amada Bella. O primeiro foi um tanto medíocre, sem graça, sem sal. Porém, forçando-a a demonstrar que sente uma atração por ele, finalmente consegue arrancar da garganta da humana um pedido. E esse pedido foi "a grande pegada" de Eclipse. Entre passadas de mãos na barriga e na cintura, braços em volta do pescoço, dedos enroscando nos cabelos, carícias e sentimentos, Edward ainda encontra espaço para a compreensão - o que não esconde a sua cara de, perdoem a palavra, corno.
Os efeitos especiais estão ótimos, praticamente perfeitos, mais naturais e realistas dos que vinham sendo apresentados nos últimos filmes. Principalmente a cena da batalha do Clã Cullen e a alcatéia de lobos contra os recém-criados de Victória (Bryce Dallas Howard, que não fez má atuação, mas nada comparada a antiga intérprete da personagem, Rachelle Lefevre).
Bella constamente se diz decidida, mas é visível a consternação da dúvida em cada encontro com um familiar mortal e principalmente na presença de Jacob. Porém, esse fato que ela passa a descobrir no meio da história, não interfere na sua decisão de ser eterna ao lado do amado Edward. Ela o ama mais do que qualquer coisa e desta vez, diferente do que acontece em Lua Nova, o vampiro compreende que foram feitos um para um outro. O amor que é transmitido nas carícias de Bella e Edward são o suficientemente grandes e deixam explícito que a paixão entre ela e Jacob é apenas um sentimento físico, causado pela aproximação de uma amizade.
Mas me perdoem todos os atores, Kristen, Taylor, Robert e até mesmo a jovem atriz Dakota Fenning (que interpreta a poderosa vampira Jane Volturi) tiveram suas cenas roubadas nos poucos instantes que Jasper apareceu. O troféu vai para ele, Jackson Rathbone, pela melhor atuação durante o filme. Suas expressões, seus movimentos, seu jeito de andar e seu olhar fixo e ardente fizeram dele o rei da soberania que exigia o personagem nos momentos precisos da trama. Rathbone parecia mesmo "o dono do pedaço" e o fez com muita firmeza e segurança.
Espero então que David Slade continue sendo o diretor dos dois próximos longas - Amanhecer será dividido em duas partes - para dar continuidade ao bom trabalho.

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