O amor é complicado? Será?

segunda-feira, 30 de abril de 2012
O amor é um bichinho diferente, imaturo às vezes e complicado. Verdade? Não. A única coisa que podemos ter certeza é que ele é um sentimento muito pouco compreendido pelas pessoas e justamente por isso acaba sendo para todos que se apaixonam, um enigma bem confuso. E pior ainda para aquelas pessoas que dizem "não consigo me apaixonar mais por ninguém" ou "não encontrei minha cara metade". 
Então vamos começar de forma simples. O que é o amor? Todos confundem este sentimento com paixão, que nada mais é do que gostar de uma outra pessoa, sentir aquele fogo, aquele desejo de ter o outro. Isso inclusive nem chega a ser paixão, é egoísmo puro. O amor consiste em muitas qualidades que na imperfeição humana não possuímos, tais como sacrifício e renúncia. Quem ama de verdade está disposto a renunciar a qualquer coisa para ver a outra pessoa feliz, mesmo que seja com outro ser e se sacrificar se for necessário. Outras qualidades seriam carinho, apoio, paciência e muita compreensão, afinal um relacionamento não funciona se não tiver estes pequenas ingredientes. 
Em outras palavras, pessoas ciumentas ao extremo não amam de verdade, pois não sabem renunciar e muito menos sacrificar-se pelo amado. Homens ou mulheres que "vão lutar" pela pessoa querida, sendo que esta está comprometida com outro alguém, também não, pois não sabem enxergar uma vida sem ela para si. A conclusão é que todos visam o bem e os benefícios para si mesmo e não estão abertos a negociação. São possessivos. No entanto, há ainda aqueles que dizem não encontrar a sua metade da laranja ou não se apaixonam mais pelo simples fato de terem medo de se magoar de novo (a exemplo, de uma traição). Oras, se não se encontra ninguém ou foi traído, com certeza não sabe o que é amor de verdade, pois nunca o sentiu na pele.
Mas a este tipo de pessoas, que existem aos montes por aí, há uma questão psicológica que somente ela pode mudar. Não adianta reclamar que não encontrou o homem certo se você não sabe viver, ou seja, ficar trancado dentro de casa, lendo um livro ou jogando videogame realmente não vai fazer você interagir com ninguém. O segredo do relacionamento é a interação social, quando se está buscando conhecer alguém, ou a interação íntima, quando já conhece uma pessoa mais interessante e dá-se o pontapé inicial. Lógico, não é necessário ir a baladas, mas uma simples saída na esquina da sua rua para comprar alguma coisa pode fazer toda a diferença. Hoje em dia, nem sair de casa é preciso: skype, msn, facebook, etc, etc, etc também são uma maneira de explorar esse mundo. Mesmo porque vale lembrar que os lugares que você frequenta definem o tipo de pessoa que você é e que está "buscando" para si. Enfim, príncipe encantado não bate na porta de casa e nem faz tocar o telefone. 
Também não adianta reclamar que sofreu desilusões com o amor, você nunca sabe se o responsável por essa desilusão foi você mesmo. E claro, não é por causa de um ou outro que se deve fechar a porta na cara dos outros. Já imaginou se o marido ou a esposa 'perfeita' chega para uma conversa e você vira as costas achando que é mais um que não presta, que está de sacanagem com você, ou ainda, no caso das mulheres, que lá vem mais uma cantada ridícula? Está se comportando igual a alguém que não sai de casa, pois o problema da interação continua presente. 
E dizemos que o amor é complicado, que é difícil, complexo, cheio de dores. O amor é um sentimento como todos os outros que temos e são fáceis de aceitar, só que ele é um pouco acima dos nossos padrões costumeiros. É mais puro, mais divino e que não foi feito para atender aos nossos caprichos, mas sim para se estender até onde nos for possível. 

Crítica: Os Vingadores

domingo, 29 de abril de 2012


Ação, bom humor e super egos são resumidamente o que define o filme mais esperado dos últimos meses. Os Vingadores é o orgasmo nerd, como muitos andaram dizendo por aí e não é por menos. O longa faz jus a tudo que o público esperou dele, envolvente com carisma e luta. É bem interessante no entanto, perceber que todos gostaram do filme antes mesmo dele começar...a primeira cena aparece e já deixa muita gente com cara de bobo. 
A batalha dos egos ficou um pouco ruim no sentido do "embromecion". Pelo menos era o que se assemelhava a uma enrolação para guardar a empolgação para o grande final e foi a única parte que dá pra sentir um pouquinho da chatice que o longa seria se não fosse bem produzido. É lógico que um grupo como Homem de Ferro, Thor, Hulk, Capitão América, Viúva Negra e Gavião Arqueiro só poderia dar um confronto extremo de estrelismos, mas também não precisavam exagerar tanto nesses momentos.
Enfim, isso não ofusca nem um pouco o sucesso da produção, que mesclou incrivelmente bem as pitadas de humor com as cenas de ação. Uma perfeição real que nenhum diretor fez de forma bem encaixada. Joss Whedon colocou a mão na massa, bateu bem o bolo e ainda o enfeitou com uma cereja. Isso é claro, sem contar as belas atuações dos atores principais e coadjuvantes, que se mostraram tão empenhados quanto. Alguns heróis acabam tendo mais destaque do que outros, o que é absolutamente natural, mas não vá ao cinema cheio de "achismos", prepare sua mente e deixe aberta. Mergulhe no mundo dos vingadores.
Apesar dessa união de super heróis, o diretor soube manter a personalidade de cada um, as características que lhes fazem ser o que são e ao final, exibir na telona o quanto tudo isso pode dar certo. E o que dizer dos efeitos, dos sons que compunham o cenário? Sem comentários. Os Vingadores é um filme para se ver até mais de uma vez, sendo sem sombra de dúvida, o melhor longa de super heróis feito até aqui. Somente o Hulk ganhou aplausos da 'galera' duas vezes na sessão. Não vai ganhar o Oscar da Academia, mas já ganhou o Oscar do público e dos fãs. No fim, é o que importa. Você achou Batman um bom filme? Pois se prepare, Os Vingadores chegaram. 

Carta de Wagner Moura a respeito do que se chama de "Humor Jornalístico"

quarta-feira, 25 de abril de 2012
Nosso querido e amado ator Wagner Moura botou a boca no holofote como poucos tem cara para fazer. Na verdade, não foi a boca, mas uma carta. O assunto rendeu tanto que ele logo foi para nos Trends Topics do Twitter brasileiro. E não é pra menos. Se você o admira como ator, como pessoa e profissional, irá admirá-lo ainda mais. O "Capitão Nascimento" colocou todos os programas, principalmente ao inútil "Pânico", para sair. 
Seria interessante também que todos apoiássemos a mesmas palavras sabiamente ditas, mas acho que a maioria não escolheria isso. Veja abaixo, na íntegra, o que disse Wagner Moura.


“Quando estava saindo da cerimônia de entrega do prêmio APCA, há duas semanas em São Paulo, fui abordado por um rapaz meio abobalhado. Ele disse que me amava, chegou a me dar um beijo no rosto e pediu uma entrevista para seu programa de TV no interior. Mesmo estando com o táxi de porta aberta me esperando, achei que seria rude sair andando e negar a entrevista, que de alguma forma poderia ajudar o cara, sei lá, eu sou da época da gentileza, do muito obrigado e do por favor, acredito no ser humano e ainda sou canceriano e baiano, ou seja, um babaca total. Ele me perguntou uma ou duas bobagens, e eu respondi, quando, de repente, apareceu outro apresentador do programa com a mão melecada de gel, passou na minha cabeça e ficou olhando para a câmera rindo. Foi tão surreal que no começo eu não acreditei, depois fui percebendo que estava fazendo parte de um programa de TV, desses que sacaneiam as pessoas. Na hora eu pensei, como qualquer homem que sofre uma agressão, em enfiar a porrada no garoto, mas imediatamente entendi que era isso mesmo que ele queria, e aí bateu uma profunda tristeza com a condição humana, e tudo que consegui foi suspirar algo tipo “que coisa horrível” (o horror, o horror), virar as costas e entrar no carro. Mesmo assim fui perseguido por eles. Não satisfeito, o rapaz abriu a porta do táxi depois que eu entrei, eu tentei fechar de novo, e ele colocou a perna, uma coisa horrorosa, violenta mesmo. Tive vontade de dizer: cara, cê tá louco, me respeita, eu sou um pai de família! Mas fiquei quieto, tipo assalto, em que reagir é pior.

” O que vai na cabeça de um sujeito que tem como profissão jogar meleca nos outros? É a espetacularização da babaquice"

O táxi foi embora. No caminho, eu pensava no fundo do poço em que chegamos. Meu Deus, será que alguém realmente acha que jogar meleca nos outros é engraçado? Qual será o próximo passo? Tacar cocô nas pessoas? Atingir os incautos com pedaços de pau para o deleite sorridente do telespectador? Compartilho minha indignação porque sei que ela diz respeito a muitos; pessoas públicas ou anônimas, que não compactuam com esse circo de horrores que faz, por exemplo, com que uma emissora de TV passe o dia INTEIRO mostrando imagens da menina Isabella. Estamos nos bestializando, nos idiotizando. O que vai na cabeça de um sujeito que tem como profissão jogar meleca nos outros? É a espetacularização da babaquice. Amigos, a mediocridade é amiga da barbárie! E a coisa tá feia.

” Isso naturalmente não o impediu de colocar a cagada no ar. Afinal de contas, vai dar mais audiência ”

Digo isso com a consciência de quem nunca jogou o jogo bobo da celebridade. Não sou celebridade de nada, sou ator. Entendo que apareço na TV das pessoas e gosto quando alguém vem dizer que curte meu trabalho, assim como deve gostar o jornalista, o médico ou o carpinteiro que ouve um elogio. Gosto de ser conhecido pelo que faço, mas não suporto falta de educação. O preço da fama? Não engulo essa. Tive pai e mãe. Tinham pais esses paparazzi que mataram a princesa Diana? É jornalismo isso? Aliás, dá para ter respeito por um sujeito que fica escondido atrás de uma árvore para fotografar uma criança no parquinho? Dois deles perseguiram uma amiga atriz, grávida de oito meses, por dois quarteirões. Ela passou mal, e os caras continuaram fotografando. Perseguir uma grávida? Ah, mas tá reclamando de quê? Não é famoso? Então agüenta! O que que é isso, gente? Du Moscovis e Lázaro (Ramos) também já escreveram sobre o assunto, e eu acho que tem, sim, que haver alguma reação por parte dos que não estão a fim de alimentar essa palhaçada. Existe, sim, gente inteligente que não dá a mínima para as fofocas das revistas e as baixarias dos programas de TV. Existe, sim, gente que tem outros valores, como meus amigos do MHuD (Movimento Humanos Direitos), que estão preocupados é em combater o trabalho escravo, a prostituição infantil, a violência agrária, os grandes latifúndios, o aquecimento global e a corrupção. Fazer algo de útil com essa vida efêmera, sem nunca abrir mão do bom humor. Há, sim, gente que pensa diferente. E exigimos, no mínimo, não sermos melecados.

No dia seguinte, o rapaz do programa mandou um e-mail para o escritório que me agencia se desculpando por, segundo suas palavras, a “cagada” que havia feito. Isso naturalmente não o impediu de colocar a cagada no ar. Afinal de contas, vai dar mais audiência. E contra a audiência não há argumentos. Será?”

100 anos depois, a memória ainda vive...

sábado, 14 de abril de 2012
Hoje completam exatos 100 anos de um dos maiores naufrágios da história. Em 14 de abril de 1912, o mais luxuoso navio da época, conhecido como Titanic, mergulharia fundo nos abismos aquáticos do gélido mar do Atlântico Norte. Levou consigo, pouco mais de 1.500 mortos e cerca de 7,5 bilhões de dólares. Por outro lado, o que virou uma tragédia épica, serviu de lição para as futuras construções marítimas, pois somente após o naufrágio do Titanic é que foram feitas "leis e exigências" para as embarcações, que até então simplesmente não existiam. Os destroços do navio só foram encontrados efetivemente em 1985.
Ao invés de pesquisar sobre a história dos bastidores ou contar aquilo que todos já sabem, encontrei uma publicação especial feita pela revista Veja (edição de abril de 1912). Aqui não tem erro, os dados são verdadeiros. Confira no link intitulado VEJA NA HISTÓRIA.





A Cabana


O frio que fazia lá fora não abatia a vontade do coração acelerado. Nem a neve congelante conseguia os fazer esquecer de que estavam ali sozinhos. O perigo parecia chegar cada vez mais perto e eles perdidos como numa caverna .
A lamparina acessa e o radinho de música eram as únicas coisas que permaneciam tão imóveis quanto eles. Aqueles olhos de mar miravam profundamente a figura do outro lado, desamparada, desiludida, emocionalmente fraca.
Levantou-se e caminhou até ela, que o fitou por doces minutos até entender: “era hora de seguir em frente”. As mãos se encostaram  e seguiam para o centro da caverna, lugar com certo espaço embora pequeno. Não se desgrudavam. O olhar que evitava se cruzar, não evidenciavam a emoção que estavam sentindo, algo que vinha de dentro e pegava fogo.
Meio desengonçado ele começa a se balançar simulando uma dança a dois, era na verdade o que queria, pois naquele estado de espírito nada lhe faria mais alegre do que dançar.
Puxou-a para mais perto, ela começou a arriscar uns passos também. Os cabelos presos e volumosos, naquele tom de mel,  faziam ele se sentir um bobo patético. Mas que importava.




Ela inicia um esboço de sorriso discreto, tímido e inibido, entretanto, não parava o balanço. Se havia música de fundo para tal, nem havia notado, provavelmente ele também não.
Jamais saberiam o que seria aquele sentimento se não o tivessem dispostos a isso. Ela rodopiava, ele girava, um nos braços do outro, completando os passos e ensaiando a coreografia de uma noite que não saberiam onde terminaria.
Abraçaram-se e a começaram a dançar grudados, com um dos braços entrelaçados e a outra mão os unindo para frente e ali ficaram como duas crianças rodando em volta de um círculo sem saber o que estavam fazendo ou para onde estavam indo.
Riram pela primeira vez depois de tanto tempo. Enroscaram-se de uma forma que não sabiam como sair, giram e giram, até as frentes se encontrarem novamente e os corpos se juntarem em um forte abraço de esperança. Pararam um pouco e se olharam.
Onde estava o frio da noite caindo lá fora? Onde estava o perigo afinal? Estavam sós, mas tinham um ao outro. Jamais saberiam o que era aquele momento se nunca tivessem se dado a chance de experimentar vivê-lo.

Ser jornalista é....

sábado, 7 de abril de 2012
É com prazer que se é jornalista
É com paixão que se faz jornalismo.
Ser jornalista é ter um dom, é possuir uma arte numa sopa de letrinhas.
Ser jornalista é ser como qualquer um na rua, é ser mais um na multidão com o poder de transformar os ideias. 
Ser jornalista é emocionar na fala ou na escrita, sem precisar de imagens ou canção.
Ser jornalista é querer fazer por todos, o que queremos a nós mesmos.
Ser jornalista é estar sempre pronto para uma batalha árdua: contra o tempo, contra o anti-ético. 
É sofrer junto do personagem, é contar histórias com significado e importancia, é mostrar ao mundo o que acontece nas esquinas e ninguém quer ver.
Ser jornalista é antes de tudo, ter um corpo, alma e coração... e saber colocar tudo isso numa simples folha de papel.


Parabéns jornalistas!!!!!

Jornalismo, a via da mão dupla

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Dia 7 de Abril, dia do jornalista. A data é sábado próximo, porém ser jornalista exige muitas qualidades, inclusive, qualidades que alguns - talvez a maioria - ainda não possuem. O sensacionalismo barato, a mulher tratada como objeto, a manipulação da informação, deixam o nosso jornalismo bem "feio"...e logicamente os interesses por trás de tudo isso.
Muitos jornalistas não estão interessados no que realmente é a alma da profissão e apenas buscam através dela uma maneira de se achar superior e ganhar vantagens. Cito aqui experiências próprias. Um jornalista de um veículo sem muita expressão (nomes ficarão em off) insistiu por uma diária cortesia em uma pousada no litoral e tentou também em várias outras. Tendo sido negado, ficou enfurecido e começou a dizer coisas até que "bizarras", como se isso tivesse algum valor. Logo abaixo, coloco um trecho de nossa última pérola recebida deste senhor:

"Dou destaque pra vocês há anos e nunca tive o privilégio de receber uma cortesia. E a única vez que pedi me foi negada. Fora isso é inútil enviar matéria que não será publicada. Jornalismo, minha cara, é uma via de mão dupla, não uma via de mão única."

Não sei dizer se é para rir ou para chorar. Lamentável é a situação de alguém indignado porque não recebeu uma 'cortesia', jogando de forma 'ameaçadora' a não publicação da pauta. Isto é patético. Sei, existe de monte, mas é através de e-mails assim que é possível notar o quanto ele está interessado em informar o leitor. Interesses, interesses e mais interesses. Caros jornalistas que atuam dessa forma, isso é vergonhoso! E ao senhor que escreveu esta infelicidade, tenho que lhe dizer que está certo. O jornalismo é uma via de mão dupla sim, mas de um lado ela é informação e do outro é conhecimento. 
É obrigação, sua, minha e de qualquer outro jornalista deste mundo levar informação à população, para que este possa ter conhecimento sobre tudo e ter discernimento para atuar cada vez melhor neste país. Jornalista pensa que tem poder, pensa que é um Deus, pensa que pode apontar e julgar... em cima destas ideias infantis e primitivamente ignorantes, busca vantagens que são tão injustas tanto quanto políticos sem caráter. Ainda bem então que você é jornalista, porque se fosse o presidente imagina quantas "vantagens não ia querer tirar porque governa o Brasil" (ou melhor dizendo, ia ser mais um deles, esse aí que você fala mal quase todos os dias). Toma lá, dá cá não é o "B", "A", "BÁ" do jornalismo, porque o verdadeiro jornalista está na rua e não em uma pousada.