Crítica: O menino do pijama listrado

sábado, 28 de janeiro de 2012


Se pensa que já viu de tudo sobre a Segunda Guerra Mundial e já leu todos os tipos de histórias ou viu os documentários, pode esquecer. Duvido muito que você tenha a mesma visão que John Boyne teve ao escrever o livro "O menino do pijama listrado". O enredo é muito interessante pois tudo acontece a partir da narração de Bruno, um garotinho de nove anos que assiste as mudanças da sua vida como uma grande catástrofe. 
Ele e a família moram em Berlim, capital da Alemanha e seu pai é um comandante do exército nazista. Claro, ele não entende absolutamente nada e não faz ideia do que acontece ao redor, a única coisa com a qual se importa é que não vai ver mais seus melhores amigos, nem seus avós, nem sua casa grande... Por trabalhos específicos do pai, encarregado pelo "Fúria" - é assim que Bruno chama o Führer - a família é obrigada a se mudar para Haja Vista. E é neste ponto que a vida do menino começa a mudar. 
A visão da janela do seu quarto é fria. Do outro lado, a alguns metros de distância, uma cerca estranha separa sua casa de um monte de gente que anda junto com o mesmo "pijama" e o garoto que sonha em ser um explorador sente-se sozinho, sem amigos para brincar. Até que finalmente resolveu percorrer o caminho e saber aonde o levaria aquela cerca, bem distante de sua casa, quando avistou um vulto que vinha em sua direção. Shmuel, um garotinho também de nove anos, tinha a cabeça raspada e se vestia com o "pijama listrado". Todas as tardes os dois passaram a se ver, Bruno descobriu que seu novo amigo vinha da Polônia, era um judeu, que sua mãe havia sido separada dele, seu pai e avô (mais adiante o avô também sumiria). 
Apesar de criança, ele compreende que não deveria nunca mencionar à família sobre a nova amizade. 
Boyne faz uma história inocente parecer ainda mais cruel aos olhos do leitor, o que nos toca e nos faz pensar o quanto o ser humano já cometeu erros gravíssimos no passado - e ainda comete. A narração ingênua do personagem central do livro nos faz viajar no tempo, recapitular as aulas de História sobre a Segunda Guerra e entender, através da linguagem infantil, o que realmente está acontecendo. E isto impressiona pois a frieza e a barbaridade estavam ao lado da casa de Bruno, ali pertinho, sem que ele saiba o que significa tudo aquilo. Nunca os acontecimentos de uma guerra tão insana foram olhadas do ponto de vista de uma simples criança, e por isso mesmo O menino do pijama listrado é tocante, às vezes revoltante, e nos faz pensar naqueles que viveram em meio disso. 
Mas acima de tudo o autor também mostrou como seres que não se contagiam com o preconceito da sociedade interagem de forma tranquila, encontrando inclusive, pontos em comum. Bruno, como bom explorador, atravessa a cerca e se veste com o pijama para ajudar o amigo a encontrar o pai que havia sumido dias atrás, antes de finalmente voltar a Berlim no dia seguinte. Pela primeira vez nas páginas do livro, o garoto vê o mundo que seu amigo vivia e não gostou nem um pouco de estar ali. Era hora de voltar, porém, tanto para Bruno quanto para Shmuel, a volta era tarde demais. 
Apesar da linguagem simples, é intenso e perturbador. É possível sentir a cada palavra contada o quanto a história se torna fria, cruel, triste...o que não torna o livro tão deprimente é justamente a inocência do personagem e a amizade entre os dois, que ameniza um pouco do clima e que nos faz pensar menos na guerra em si e mais nas histórias que por ali ficaram. Esquecemos da luta, do ódio, da política que aprendemos na escola, e abrimos os olhos para tentar entender os sentimentos, os pequenos conflitos internos, a vida como ela deveria ser. 
Por isso, prepare-se para chorar. Ao terminar a leitura a sensação que fica é de uma lacuna, um buraco que foi mal fechado, um erro que parece incorrigível. É uma mistura de vergonha e uma nova lição para não se repetir. Que fique a verdade: apesar de tudo, somos todos iguais. 

Crítica: As aventuras de Tintim: O segredo do Licorne



Incrivelmente As aventuras de Tintim: O segredo do Licorne ficou de fora do Oscar de melhor animação, o que não merecia. O desenho é tão bom, mas tão bom, que é possível até ver os pelos no rosto dos personagens. Enfim, o primeiro longa do repórter investigativo é dirigido por Steven Spielberg com uma parceria na produção por Peter Jackson, e relata de forma emocionante o dia em que Tintim (Jamie Bell) conhece o capitão Haddock (Andy Serkis) e os dois saem em busca de um tesouro perdido há muito tempo.
No início tudo parece que vai se encaminhar para um episódio já conhecido do personagem, mas a história toma outros rumos, cheio de ação e aventura que não deixam a desejar. O filme é divertido em alguns momentos, porém o principal ponto  é agilidade de como as coisas se desenvolvem, é rápido sem largar a qualidade. 
O gráfico nem é preciso comentar, se a animação em si já sai excelente, obviamente que o gráfico acompanha e até parece que melhora com o tempo, logo você não estará mais a frente de um desenho, mas sim de algo que se assemelha - e muito - à realidade. O cãozinho Milu é o que mais impressiona, isto para se ter um exemplo. 
Existem casos que jamais seria possível de se assistir no Tintim original e Spielberg demonstra que os personagens tiveram que criar maturidade para esquecer o lado "infantil", como nas cenas em que um homem é morto ou no tiroteio dentro do navio. Contudo, ainda assim, nada impede que o longa não seja visto por crianças, apenas mostra que meninos e meninas que acompanhavam o desenho exibido na TV Cultura  também estão "grandinhos". 
Como já foi dito a história se passa rapidamente, jogando muita informação na cara do público a todo o instante da investigação, correria e aventura misturadas às pistas encontradas pelo repórter e o seu raciocínio diante dos fatos. Porém não é para se preocupar, As aventuras de Tintim: O segredo do Licorne não é aquele longa que você não entende o que acontece, pelo contrário, é feito com uma linguagem simples e direta, inteiramente sem rodeios e sem aqueles enigmas loucos que ninguém compreende de onde veio. 
Infelizmente a renda do filme não foi tão alta nos EUA, pois afinal, os americanos nunca acompanharam o desenho animado, mas o diretor e os produtores do filme não ligaram muito para este fato. Spielberg e Jackson exibem confiança no trabalho e já começaram os preparativos para Tintim 2, aliás, não apenas confiança e sim conhecimento do que fazem. Porque motivo estes nomes tão famosos produziriam um segundo longa se não tivessem retorno financeiro? Definitivamente As aventuras de Tintim está sendo elaborado por pessoas profissionais que sabem o que fazem. 
Enfim, não perca! O filme é muito bom.

No aniversário de São Paulo, lazer, diversão e até cãominhada

sábado, 21 de janeiro de 2012
Na próxima quarta-feira, dia 25 de janeiro, São Paulo irá comemorar os seus 458 anos com muito estilo! O que é de se esperar, afinal de contas, estamos falando de uma das maiores cidades do mundo. A grande metrópole é superlativa em tudo: lazer, serviços, compras, gastronomia... e ainda conta com uma enorme diversidade cultural. São mais de 70 nacionalidades reunida somente na cidade.
São Paulo conta com mais de 280 salas de cinema, 180 teatros, mais de 90 centros culturais e 110 museus, além é claro, de casas noturnas, baladas e barzinhos disponíveis para curtir aquela noite. Centenas ruas de comércio especializado, 79 shoppings e cerca de 12,5 mil restaurantes com 52 tipos de comidas diferentes. Ufa! Quanta coisa! Para curtir a data, segue abaixo um link com 30 dicas de passeio pela cidade:

http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/atrativos/pontos-turisticos/234-30-programas-imperdiveis-em-sao-paulo

E para quem tem um amigo fiel, o Turismo 4 Patas está promovendo um tour pela Av. Paulista, a partir das 9h da manhã. É a sétima edição do "Cãonhecendo São Paulo". Você e seu cãozinho arteiro e fofo começarão a cãominhada no Parque Tenente Siqueira Campos, o famoso Parque Trianon. No roteiro, passeios pelo parque, MASP, FIESP/CIESP, Instituto Pasteur, Itaú Cultural, parque Mário Covas e Casa das Rosas, onde todos poderão aproveitar uma refeição e cafezinho.

"A organização do evento disponibilizará guias para o City Tour, auxílio de adestradores, kit lanche para humanos, petiscos para os cachorros, disk veterinário de plantão, e ainda brindes e sorteios para os participantes. Mas nem todos poderão participar: cães com menos de quatro meses, sem vacinação em dia, sintomas de doença, cadelas no cio e cães agressivos estão vetados do evento."

Para saber mais informações acesse o site www.turismo4patas.com.br

Fotografias de Itatiaia

As fotos abaixo são da cidade de Itatiaia, interior do estado do Rio de Janeiro, da qual tenho oportunidade de visitar algumas vezes no ano. O nome do município significa "Pedra Pontuda", em tupi e até 2008 a população não chagava a completar 35.000 habitantes. 
Itatiaia é um lugarzinho com muita natureza, cheia de montanhas, localizada no Vale do Paraíba Fluminense. É ideal para quem curte uma escalada, um cantinho de paz e tranquilidade para relaxar. Lá também ficam os famosos Parque Nacional do Itatiaia, a mais antiga unidade de conservação do Brasil, com uma área de 30.000 hectares e montanhas com  até 3.000 metros de altitude, e o Pico das Agulhas Negras.

Visão do "Último Adeus" dentro do Parque Nacional do Itatiaia

Cachoeira "Véu de Noiva" dentro do Parque Nacional do Itataia

Jardim da casa



Ribeirão


Visão do Ribeirão







No meio do caminho, de volta para a casa, olha quem apareceu 




Imagem Panorâmica 


Visão de cima da ponte da Rodovia Pres. Dutra, rodeando toda a cidade






Crítica: Um Amor para Recordar

domingo, 15 de janeiro de 2012

Não é segredo para niguém que o autor Nicholas Sparks provou ser um bom escritor. Praticamente todos os livros que escreve se tornam adaptações nas telonas, embora bem menos badalados do que filmes como Harry Potter e Crepúsculo. E, particularmente, me tornei uma grande fã de suas obras, mas admito que ele não é nenhum J.R.R. Tolkien.
Em todos os outros posts de críticas que você, internauta, pode ler aqui no DR (Querido John e Diários de Uma Paixão), vários elogios em relação a Sparks como escritor puderam ser vistas, no entanto, em Um Amor para Recordar (mais um que foi talvez o mais falado nos cinemas) será um 'tantinho' diferente. A começar que pela primeira vez percebi o ponto fraco do autor: histórias romanticas que sempre terminam com finais tristes ou de se emocionar, onde a mocinha sempre tem algum problema muito grave que acaba por terminar com o seu grande amor.
O enredo é sempre o mesmo. Um rapaz que se apaixona por uma garota, lutam para ficarem juntos, mas de repente algo muito ruim acontece com ela até o triste fim. E o pior é que ainda tenho mais um livro dele para ler, chamado A Última Música. Porém, em Um Amor para Recordar confesso que fiquei um pouco decepcionada, pois foi o livro que mais ouvi comentários bons a respeito e a história foi um verdadeiro "porre". Landon, um tipico garoto popular, arteiro desde criança, que nunca pensou em uma garota como Jamie, religiosa, mal vestida e extremamente bondosa.
Muito diferente dos outros primeiros que pude ler, o livro não passa de um conto de fadas de Deus misturado com um pouquinho da rebeldia de um menino que se acha dono do próprio nariz. Sparks não abordou as questões mais complexas e foi meramente superficial no assunto do amor dentro da sociedade, e de religião como o que chamamos hoje de bullying. Infelizmente o autor não soube aproveitar a situação que ele mesmo criou.
Mas, se você menina está na TPM, e você homem acabou de tomar um fora, irá gostar. Do contrário, é um enredo que não te enlaça, não te conquista, que você enjoa de ler tantas palavras jogadas no papel e que depois de terminar você começa a pensar porque leu. Na esperança de que mais adiante a história me cativasse, continuei a leitura. Porém, posteriormente, é possível perceber : Um Amor para Recordar foi feito para se esquecer.