Mudança de visual: Cabelos curtos!

domingo, 8 de março de 2015
Não é verdade que quando você começa a pesquisar muito sobre um determinado visual você sente aquela vontade imensa de mudar mas não tem coragem?
Geralmente essas inspirações radicais chegam por meio de atrizes ou cantoras, mas no meu caso, foi através de pessoas comuns. De tanto ver a moda dos cabelos curtinhos bateu A vontade. Uma vontade seguida de outros inúmeros fatores: dinheiro, gasto de tempo, cuidado e falta de água (isso mesmo) !
Venhamos e convenhamos que os fios longos demandam de muita atenção e cuidados para se manterem saudáveis, bonitos e sedosos. Já fazia um tempo que vinha "namorando" a ideia e então, no final do ano passado, decidi que era a hora certa de radicalizar.

E aí...

  




Confesso que em alguns momentos sinto saudades do cabelão, mas a praticidade e o alívio dos fios curtos já me fisgaram logo de cara. Nada de sofrer gastando dinheiro, gastando tempo, usando mil e um produtos e o melhor: Não se importar nenhum um pouco se o vento está bagunçando tudo!

Fui a um salão que fica no Jd. Bonfiglioli, em São Paulo (SP), e levei diversos cortes para que o 'especialista' avaliasse o que fosse melhor para o meu rosto. Ele escolheu um, explicou o motivo da escolha e daí por diante entreguei nas mãos de Deus (hahahahahaha).
Enquanto ele cortava, notei que todas as pessoas do salão estavam olhando seu trabalho, e pelo espelho via a reação de cada uma: algumas assustadas, chocadas e espantadas. No início me preocupei - "Será que ele está fazendo algo errado?" - , mas logo suspirei de alívio quando ouvi uma mulher que estava fazendo as unhas comentar baixinho com a manicure: "Nossa, como está ficando lindo o cabelo da moça, não é?!". E que verdade ela estava dizendo.
Eu amei o resultado! As pontinhas naturalmente ficam todas espetadas para fora, sem que eu precise fazer nada demais. O profissional ainda me deu dicas de cremes, óleos hidratantes e como manter o penteado. A verdade é que não tem segredo nenhum. Lavo, amasso e deixo secar naturalmente. Nos outros dias, penteio e bagunço. Se bater a ventania então, é só deixar esvoaçar. 
Além disso, aquele ar de menina adolescente se transformou em uma mulher madura. E vocês meninas, o que acharam?





Críticas: "A Arma Escarlate" e "A Comissão Chapeleira"

A literatura estrangeira toma conta das prateleiras de qualquer estante. Assim como em todos os demais campos - cinema, programas de TV, desenhos, etc - a literatura nacional é sempre tida como o clichê, a cópia de tudo que é apresentado lá fora. Com A Arma Escarlate não é diferente, mas ao mesmo tempo é.



J.K. Rowling, a autora de Harry Potter, inspirou milhões de crianças e adolescentes a criarem as suas próprias historias e durante uma entrevista foi bem clara ao dizer que qualquer um poderia criar o seu universo mágico. Foi um "fiquem à vontade" e o ponto de partida inicial para que Renata Ventura desenvolvesse uma história sobre o mesmo mundo bruxo adaptado as condições brasileiras: costumes regionais, escolas com ensino deficiente, lendas da cultura como o saci e a mula sem cabeça, favela, paixão e drogas. Na história, Hugo é um menino que tem vergonha de onde vem, descobre que é bruxo, adota outro nome, pega uma varinha (aparentemente super poderosa) sem pagar e começa por fazer diversas coisas erradas.
Li  A Arma Escarlate na esperança de ver que a literatura nacional fosse mais do que um clichê e que pudesse, de certa forma, também mostrar o que há de bom em ser brasileiro. Infelizmente, pelo menos neste ponto, tive uma certa decepção. Os pontos "podres" do Brasil são inúmeros e sabemos disso, mas não somos únicos - Ou será que alguém acredita em toda a magia perfeita que existe na Europa? Nos EUA? Qual o real motivo de termos eles como exemplo e não nós mesmos? Eles também sabem de seus erros e pecados, mas não mostram descaradamente para o mundo. Isso certamente precisamos aprender com os americanos e europeus. Todos sabem que o sistema de saúde dos EUA é precário se comparado até mesmo aos daqui, porém, ninguém diz.
Colocar em um livro os tiroteios, mortes e o vício das drogas é bom por um lado e péssimo de outro. Porque não mostrar o lado bom do Brasil? Caímos novamente naquele velho pensamento de que no Brasil só existe isso: Favelas, bandidos, corruptos, drogas e carnaval. Por isso, Hugo é um personagem detestável, arrogante, petulante, um anti-herói. Tenho certeza que Renata Ventura desenvolveu o enredo pensando justamente nisso, pois não acredito que a intenção dela fosse outra a não ser montar esse cenário e essa caricatura de pessoa que são realidade em nosso país. 
Tive apenas um motivo para continuar a saga e ir adiante para o segundo volume, A Comissão Chapeleira



E esse motivo tem um nome: Capí. Capí é simplesmente aquele ser humano que nós desejamos ser ou que pelo menos queremos ter como amigo e companheiro. Capí é a personificação do que há de melhor no mundo e em suas palavras encontramos os conselhos e a esperança que muitas vezes sonhamos em ouvir. Capí é um personagem que nos faz termos vergonha de nossas ações, que nos emociona e que nos inspira a sermos diferentes. Ele é tudo o que sempre busquei encontrar no meu íntimo e no das pessoas ao meu redor.
As melhores frases são dele. Os diversos conselhos e "segundas-chances" que ele dá a Hugo muitas vezes é aquilo que você precisa ouvir também. Afinal, todos somos um pouco Hugo, um pouco Capí, um pouco Viny, um pouco Abelardo, um pouco Caimana...A Comisão Chapeleira prende do começo ao fim e te desperta de uma forma que não senti em A Arma Escarlate. Você consegue respirar a tensão e ao mesmo tempo a tranquilidade. Torce - e muito! Confesso que em determinado momento cheguei a pensar: "Não Renata, você não fez isso, pelo amor de Deus!" (quem leu sabe do que falo) e se ela tivesse feito, certamente eu mesma teria ido atrás dela e tiraria minhas satisfações (a conheci na Bienal 2014). 

Eu e Renata Ventura

Enfim, é bom ver o mundo bruxo de volta, mas melhor ainda é ver que existem personagens que nos inspiram. Vamos além: o melhor de tudo é ver a literatura nacional abrindo novas portas para os leitores da fantasia. Que venham mais livros!

E por favor, que deixem o Capí em paz.