Crítica: O Homem de Aço

terça-feira, 9 de julho de 2013


Depois de grandes traumas vividos com Superman no cinema, simplesmente o herói mais querido do imaginário das crianças, O Homem de Aço ganha traços humanos. Em um incrível resgate dos tempos, no planeta Krypton, mesmo aqueles que nunca acompanharam a jornada completa de Clark Kent, puderam compreender e entender todo o enredo. Mesmo não sendo o filme fantástico, é surpreendentemente bom.
No longa, não é citado uma única vez, o seu nome humano e nem da família Kent (salvo os raros momentos em que aparecem escritos em algum lugar), o que demonstra logo de cara o ponto chave de todo o filme: um kryptoniano em busca de sua verdadeira identidade, de entender os motivos que o levaram ali e de qual é o seu destino.
Em muitas críticas, inclusive nos melhores sites de cinema, afirmam que aqui tentam colocar conotações religiosas (comparando até mesmo com Jesus Cristo), mas sinceramente, após esta breve explicação de querer saber "quem sou eu", entendida apenas no decorrer do tempo, essa teoria cai por terra. O fato de não mencionar 'Clark' o colocam como um ser a mais, um verdadeiro extra-terrestre que não faz parte do restante do mundo. Sua adaptação portanto, é complicada. 
Conforme compreende os acontecimentos, o homem mais forte do planeta é apenas Kal-El, que precisa dar um voto de confiança à raça humana para combater o General Zod, um indivíduo criado para um destino premeditado. O cenário começa a mudar e a atmosfera de incertezas que rondavam Krypton, giram em torno da Terra, diante de um kryptoniano que se mostra mais humano do que nunca. Ele é um homem de aço em suas características, mas um terráqueo como qualquer outro, livre para escolher seu próprio destino. Como se vê, lados bem opostos se chocam em cenas de muita ação, com belos efeitos visuais e sonoros. Aliás, o filme é "esteticamente" bonito, bem elaborado, bem pensado e escrito com muito (mas muito mesmo) cuidado. Uma derrapada e o longa seria um horror psicológico. 
Já as atuações beiram a isso. São atores inconstantes no papéis, ou seja, ora aparecem bons em cena e em outras são grotescos, até hilário nas expressões. Henry Cavill, que interpreta o Homem de Aço, pareceu confortável no papel do super herói e se sentindo a vontade, porém, exagerou com algumas caretas, virada de olhos e expressões do rosto (talvez estivesse empolgado com o papel). Amy Adams, a jornalista Lois Lane, não parece o par ideal de Kal-El - eles não tem "química", mas podem  melhorar. Talvez até pelo exagero de colocarem todos os seres humanos representados em uma única personalidade feminina, a atriz deixou a repórter com muito nariz empinado. Ela sabia resolver tudo. Aliás, porque ela foi chamada para a nave de Zod? Só Zod sabe. E digo o mesmo para este personagem, interpretado por Michael Shannon: muitas expressões faciais exageradas.
No ramo das brilhantes atuações, salvam-se a todo o elenco, Russell Crowe (Jor-El) e Kevin Costner (Jonathan Kent). Principalmente o primeiro, que deu um show de interpretação. Espero que os demais aprendam muito ao seu lado. Apesar disso, O Homem de Aço deve ser o primeiro longa desde anos que conseguirá emplacar um bom público crítico positivo e claro, de fãs. O filme é muito bom e todos podem se deliciar com as cenas de luta e ação que agradam a qualquer um. Aproveitem para verem esse novo perfil do herói, viver esses dilemas mais realistas, ser um ser exclusivamente humano. Liberdade, escolhas e confiança estão sempre em jogo. 

Crítica: O Lado Bom da Vida

segunda-feira, 1 de julho de 2013


Quando se ouve falar de “O Lado Bom da Vida”, logo se pensa nos inúmeros comentários positivos que o livro e o filme receberam. Mas, é para se esperar uma surpresa no meio desse caminho.
No livro, o autor Matthew Quick capricha nos detalhes que fazem Pat Peoples parecer um louco, alguém com muitos problemas mentais. A linguagem simplória, repetitiva e aparentemente  sem nexo algum, fazem o leitor mergulhar em um universo paralelo que se tem muito a descobrir. E é só.
Pat é um personagem complexo que acaba de sair de um lugar especial para doentes mentais e que tenta, pouco a pouco, voltar a vida normal ao lado de sua esposa Nikki. Porém, os problemas vão muito além do que ele acredita. Com a ajuda do psiquiatra, remédios e de seus familiares, ele se mantém equilibrado, mas ainda apresenta seus quadros de aflição. Tudo vai culminando para um final surpreendente e o leitor fica ávido por descobrir os mistérios da mente de Pat ou ainda “o que foi que aconteceu?”
Porém, diz o ditado que a curiosidade matou o gato, e neste caso, matou de cansaço. São capítulos curtos, chatos e monótonos que não levam a lugar algum, nem acrescentam nada ao enredo – diria que 80% do livro poderia ser jogado fora ou reescrito. Jogos dos Eagles, gritos de guerra, corridas com Tiffany, malhação todas as manhãs, pai ausente e mau humorado e consultas ao psiquiatra. No começo é compreensível, afinal precisamos viver o dia a dia do personagem, mas depois...
Monotonia, sono, desinteresse. Palavras que resumem “O Lado Bom da Vida”, que de bom não teve nada. Nem mesmo as pouquíssimas cenas mais agitadas dão alguma emoção ou fazem o leitor acordar. Pelo título, julguei ser um livro com conteúdo renovador, sobre superar barreiras daquelas que ninguém pode dizer a você aonde você deve chegar. Talvez, este seja o propósito dada a teimosia e persistência do personagem, mas falhou. E falhou feio.

E o tombo foi tão grande que veio a decepção por ter lido, por ter esperado mais e ter visto o menos. Afinal, o que foi aquele  fim? Nem o próprio Pat sabe. Porque tanta enrolação, tantos desmanches, tantas palavras repetidas incansavelmente? Parecia até que Quick não sabia o que escrever. Um livro que começou sem nexo e terminou meia boca, cheio de fios soltos e onde tudo não faz sentido algum. O lado bom da história? Ela não foi pior do que A Cabana