Tecnologia mais trabalhada dos últimos anos agora fará parte do que ouvimos
O cinema e a sua matéria-prima, a imagem, sempre foram alvos das tecnologias de todo o mundo. Consequentemente, assim como em toda a história da comunicação, a arte cinematográfica passou a ser um exemplo a ser seguido. Após a imagem ganhar o efeito 3D, o próximo desafio agora será implementar e complementar o som em formato tridimensional.
Você já ouviu falar no som 3D, também conhecido como Binaural ou Holofonia? Para ter um exemplo, comparemos ao som estéreo, que é uma reprodução de áudio em dois canais, o direito e o esquerdo. Quem escuta pode ouvir um som do lado direito, outro no lado esquerdo ou em uma mistura dos dois, sempre sincronizados e no mesmo tempo. É o que ouvimos em CDs e DVD’s.
O som 3D, além de ter uma técnica de produção diferente, ele tem a capacidade de dar a sensação de profundidade, de espaço e de tempo a todos os sons que estamos ouvindo. Dois pequenos microfones de alta qualidade são colocados nas orelhas de um manequim, simulando a cabeça humana. Os ruídos do ambiente são gravados de forma que nos permita detectar a distância e a origem desse som. Depois de gravados, a pessoa pode colocar um fone de ouvido que terá a mesma sensação da hora da gravação.
Para isso acontecer será necessário que os seus consumidores tenham um Home Theater com Blu-Ray player 3D, que deve ser lançando em março do ano que vem, ainda sem previsão de preço para o mercado. A LG, Philips e Sonic Emocions são algumas das empresas que já estão fabricando o novo aparelho. Durante o IFA 2010, evento de tecnologia que acontece na Alemanha, estava exposta uma TV com o equipamento necessário para que as pessoas pudessem ouvir o som 3D.
Sensações e depoimentos de quem ouviu o som 3D
“A bolha sonora é capaz de criar um ambiente que coloca o telespectador dentro da cena, no caso de um filme, ou na platéia de um show, no caso de um CD ou DVD musical” afirma Guilherme Tagiaroli do UOL tecnologia. Alguns sons em 3D já estão disponíveis na internet para download ou no youtube. A recomendação de um bom fone de ouvido, bem como fechar os olhos é fundamental nestes casos.
É possível “ver” aonde o barulho aconteceu, em outras palavras, temos noção do espaço sem precisar assistir à cena. Quem utilizou muito bem esse recurso foi a empresa AXE, que empregou a nova tecnologia em três das suas propagandas. Daisy Marcondes, engenheira e professora, assistiu dois vídeos na internet e contou que as pessoas terão que apresentar um atestado médico.
“É assustador. Parecia que eu estava dentro da cena, que o bicho estava no meu cangote. A mente cria a cena de acordo com o que lhe é peculiar. Então acho que varia de cada um. O som é bom e igual para todos, mas cada um deve criar um cenário diferente. Quem tem pressão alta nem pode entrar numa sala de cinema assim” afirma assustada, porém contente, a professora.
O Estado RJ: http://www.oestadorj.com.br/?pg=noticia&id=5751
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