O fim do Google Wave

Google Wave deixa frustração para alguns e saudades para outros

Final inesperado do novo projeto coloca usuários e especialistas divididos entre o lado positivo e o negativo

Texto e foto por Alessandra Sabbag

Recentemente foi anunciado que a plataforma Google Wave será extinta para o grande público. O produto revolucionário para colaboração distribuída em tempo real, que prometia acabar com o e-mail, não será mais produzido na internet depois do final deste ano. De acordo com o Google a ferramenta não agradou aos usuários e pouco repercutiu na mídia após o lançamento.
"Apesar das vitórias, e muitos fãs leais, o Wave não viu a aprovação do usuário que teria gostado. Nós não pretendemos continuar a desenvolver o Wave como um produto autônomo, mas vamos manter o site pelo menos até o final do ano e estender a tecnologia para uso em projetos do Google” afirmou o gigante da internet em um comunicado oficial da empresa.
Para Luiz Aquino Diniz, consultor em internet, as pessoas precisam entender os conceitos e idéias usadas para promover o Wave . “O email vai acabar por que há uma tecnologia mais avançada? Não! Da mesma forma que o rádio e o telegrama estão aí cumprindo seus papéis, porque a tecnologia é também composta por pessoas e seus hábitos, e os hábitos não mudam na mesma velocidade das máquinas” conta.
Quando foi lançado, o acesso à plataforma era restrito a convites, inicialmente distribuídos pela empresa e posteriormente pelos usuários. “Eu gostei, mas não cheguei a mexer em tudo. Você via o que a pessoa digitava em tempo real, aquilo foi uma das melhores coisas, você vendo o passo-a-passo, a edição da conversa. Mas acho que não era pra ser usado desta forma, por qualquer um. Corporativamente falando, ela é ótima” afirma Caio Fernando Nunes Casemiro, estudantes de Sistemas de Informação.

Decisão estratégica ou fracasso?

Alguns lamentaram o fim do Google Wave, acreditaram que o sistema era complicado mas revolucionário. Já outros, crêem que este projeto foi uma grande falha da empresa, um fracasso. Pete Cashmore, fundador da CEO e do site Mashable, disse em sua coluna para CNN.com, que este é apenas um passo da Google para a ruína social. “As pessoas que vivem do lado inovador e aberto da internet adoram a maneira sincera como a organização se posiciona, até mesmo em situação de recuo. Já os grandes monopólios e seus funcionários apontam o recuo como um momento de fraqueza” afirma Luiz.
O consultor ainda acredita que a questão cultural pesou muito, uma vez que os e-mails e arquivos são salvos automaticamente no Google Docs, pode-se arrastar e soltar arquivos da área de trabalho para o e-mail, coisas que o Wave fazia. “O Google gastou muito dinheiro após dois anos em um projeto e agora disponibiliza esse trabalho para que outros possam continuar e até ganhar dinheiro com ele se desejarem. Esse é um dos motivos que faz do Google uma empresa digna de admiração” conta Diniz.

O Google nas redes sociais

Quem deve estar feliz da vida é Mark Zuckerberg, criador do Facebook, que até agora não viu a sombra de uma rede social à altura. Na visão dele, somente o site de buscas poderia chegar lá, mas o Orkut não é muito utilizado no mundo, somente no Brasil, além de ocupar sempre as páginas policiais. O Google Buzz foi, inclusive, uma tentativa de concorrência com o Twitter, mas não alcançou ainda os resultados desejados.
Tentando se inserir nas redes sociais sem muito sucesso, seguem rumores de que o Google estaria planejando dar fim ao Orkut para criar o seu “Facebook”, denominado de Google Me. Não se sabe ao certo como seria essa transformação, mas é evidente os planos da empresa que busca adeptos fiéis. Mas a gigante encontrará problemas caso o boato vindo do Twitter seja verdadeiro.
De um lado, o público brasileiro acostumado ao Orkut e do outro, os norte-americanos que não toleram falhas da manutenção na privacidade. Lidar com informações pessoais, redes sociais vinculadas com o e-mail pessoal, assusta e coloca medo nas pessoas pelo vazamento de dados. É justamente esta “briga” que acontece entre a polícia e a Google, que não cede informações de seus usuários.

Para aqueles que desejarem conhecer mais a respeito dos trabalhos de Luiz Aquino Diniz, acessem o site http://webluz.net

Link da matéria no O Estado RJ : Google Wave deixa frustração para alguns e saudades para outros