Crítica: A Última Música

quinta-feira, 21 de junho de 2012


Só é possível saber quando um escritor é realmente bom quando lemos diversos títulos diferentes de suas obras e chegamos a conclusão que não importa o enredo, ‘o cara é bom’. Assim foi que li o primeiro romance de Nicholas Sparks que me convenceu a adquirir outros livros para tentar tirar a minha própria idéia de que, será que temos na atualidade um autor de romances de qualidade? Em todas as suas obras vemos sempre o mesmo ponto de vista sobre o amor, mas com contos diferenciados. Ele sempre parte de um mesmo principio, porém, tem criatividade para contar alguma coisa que torna aquela obra uma nova história. Para mim, nada ainda supera  ainda Diários de Uma Paixão.
No entanto, A Última Música vai muito além de um simples caso de amor de dois jovens apaixonados. Pela primeira vez, Sparks saiu do seu habitual e abordou temas que vivemos diariamente em nossas vidas. As questões familiares entraram em cena e ocuparam boas páginas fazendo com que praticamente o romance ficasse como um segundo plano. No início, parece a mesma coisa, mas do meio para o final a relação de pais e filhos ficou mais próxima da nossa realidade.
Para começar, Ronnie é uma garota nada convencional, rebelde, de atitude, cabelo com mexa rocha, mas muito bondosa e carinhosa com quem ama, que vai junto com o irmão Jonah passar o verão na casa do pai, Steve  – com quem tem uma relação abalada após o divórcio com a mãe. É lá que conhece Will, por quem se apaixona dia a dia, Blaze, uma amiga problema, e Marcus, perigoso rapaz.
As narrações se alteram, ora sendo de Ronnie, Will ou Steve (e em poucos capítulos, Marcus), possibilitando que o leitor conheça os sentimentos e problemas destes personagens e os seus pontos de vista sobre os demais da história, definindo características peculiares e pensamentos próprios. Unido com a linguagem simples e nada complicada, quem lê pode vivenciar os dramas e medos de cada um, até mesmo de Will que aqui não é como um herói e nem príncipe encantado. O único ponto em que tenha um erro é o caso do personagem ‘louco’ Marcus, onde o autor poderia ter explorado um pouco mais das suas maldades para criar uma situação mais tensa e de perigo.
O ponto principal no entanto foi na relação Steve-Ronnie quando se pode observar a mudança de comportamento de ambos devido a uma tragédia que os ajuda mutuamente, a fazer brotar aquela aproximação que existia através da música do piano. Uma prova que há realmente males que vem pra bem. A Última Música tem muita mistura de dor e sofrimento que nos faz refletir sobre as nossas relações, as pessoas dos quais nos relacionamos socialmente e também àquelas que estão distantes de nossos olhos. É o momento certo para saber perdoar os erros antes que seja tarde demais. Perdão, amor e reaproximação... talvez sejam as palavras que definam melhor a história.


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