Só é possível saber quando um
escritor é realmente bom quando lemos diversos títulos diferentes de suas obras
e chegamos a conclusão que não importa o enredo, ‘o cara é bom’. Assim foi que
li o primeiro romance de Nicholas Sparks que me convenceu a adquirir outros
livros para tentar tirar a minha própria idéia de que, será que temos na
atualidade um autor de romances de qualidade? Em todas as suas obras vemos
sempre o mesmo ponto de vista sobre o amor, mas com contos diferenciados. Ele
sempre parte de um mesmo principio, porém, tem criatividade para contar alguma
coisa que torna aquela obra uma nova história. Para mim, nada ainda supera ainda Diários de Uma Paixão.
No entanto, A Última Música vai
muito além de um simples caso de amor de dois jovens apaixonados. Pela primeira
vez, Sparks saiu do seu habitual e abordou temas que vivemos diariamente em
nossas vidas. As questões familiares entraram em cena e ocuparam boas páginas
fazendo com que praticamente o romance ficasse como um segundo plano. No
início, parece a mesma coisa, mas do meio para o final a relação de pais e
filhos ficou mais próxima da nossa realidade.
Para começar, Ronnie é uma garota
nada convencional, rebelde, de atitude, cabelo com mexa rocha, mas muito bondosa
e carinhosa com quem ama, que vai junto com o irmão Jonah passar o verão na
casa do pai, Steve – com quem tem uma
relação abalada após o divórcio com a mãe. É lá que conhece Will, por quem se
apaixona dia a dia, Blaze, uma amiga problema, e Marcus, perigoso rapaz.
As narrações se alteram, ora
sendo de Ronnie, Will ou Steve (e em poucos capítulos, Marcus), possibilitando
que o leitor conheça os sentimentos e problemas destes personagens e os seus
pontos de vista sobre os demais da história, definindo características peculiares
e pensamentos próprios. Unido com a linguagem simples e nada complicada, quem
lê pode vivenciar os dramas e medos de cada um, até mesmo de Will que aqui não
é como um herói e nem príncipe encantado. O único ponto em que tenha um erro é
o caso do personagem ‘louco’ Marcus, onde o autor poderia ter explorado um
pouco mais das suas maldades para criar uma situação mais tensa e de perigo.
O ponto principal no entanto foi
na relação Steve-Ronnie quando se pode observar a mudança de comportamento de
ambos devido a uma tragédia que os ajuda mutuamente, a fazer brotar aquela
aproximação que existia através da música do piano. Uma prova que há realmente
males que vem pra bem. A Última Música tem muita mistura de dor e sofrimento
que nos faz refletir sobre as nossas relações, as pessoas dos quais nos
relacionamos socialmente e também àquelas que estão distantes de nossos olhos. É
o momento certo para saber perdoar os erros antes que seja tarde demais.
Perdão, amor e reaproximação... talvez sejam as palavras que definam melhor a
história.
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