Demissões e propaganda. Onde está a oportunidade?

quarta-feira, 2 de março de 2011
É com grande amargura que 2011 trouxe más notícias para os jornalistas. A Editora Abril foi a mais recente demitindo 32 jornalistas e extinguindo a redação de duas das suas revistas. Há uma semana atrás ou mais, foi o Grupo Estado que colocou na rua 22 profissionais. O portal UOL também adotou a idéia, mas foram apenas 3 demissões. 
Quando pensamos no Estadão, entedemos perfeitamente o momento crítico dos jornais impressos com o advento da internet. Porém, na pesquisa realizada em dezembro do ano passado, esta foi a empresa que mais cresceu e se estabilizou financeiramente. Seria isso uma verdade? O Grupo Estado terminou 2010 relativamente bem e ainda assim demitiu 22 jornalistas. Há alguma coisa errada? Talvez.
Mas não esperamos tal atitude da Editora Abril, afinal de contas as revistas não sofrem tanto do mesmo problema como os jornais. A população gosta e adora ler uma revista e a Abril tem nome suficiente para dar e vender nas suas 'crises'. Se até mesmo a própria internet, que tanto cresce e não pára, está demitindo seus profissionais da comunicação, fica a questão: O que é que está acontecendo? 
A dificuldade encontrada pelos recém-formados na área é tão grande quanto para aqueles mais velhos e experientes. E ao mesmo tempo temos o outro lado da moeda...O que tem de vagas para assessores de imprensa e especializados em mídias sociais não é brincadeira. Logo existirá uma pós-graduação somente para aprendermos a lidar com Twitter, Facebook e companhia - como se realmente precisássemos disso. Mesmo isto, não é o suficiente para reabastecer os cargos de jornalistas demitidos recentemente. O jornalismo está virando uma propaganda! Não é necessário repórteres para cobrirem os eventos, elaborarem as matérias, transmitirem informações...precisam de jornalistas-propagandistas para campanhas e promoções na internet. É o cúmulo e o rídiculo observar nossos verdadeiros lugares fugindo das redações e daquilo que nascemos para fazer...e ainda sendo substituidos por concorrentes tão fracos, por 'twits' tão mesquinhos, por 'frases' de facebooks, 'posts' de blogs, 'comunidades' do orkut e ver as matérias sendo reduzidas pelo "migre me". Nao tiro o mérito e os benefícios destas ferramentas do qual sou participante ativa e concordo que sejam usadas para estabelecer comunicação e divulgação de informação, mas jamais rebaixaria um jornalista-repórter para um puro e simples propagandista em 140 caracteres... E as oportunidades foram para o "beleléu"...
Como eu mesma vi por aí: 

Dizem que lugar de repórter é na rua. Acho que a Editora Abril levou isso ao pé da letra.

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