Crítica: A Cabana

segunda-feira, 4 de abril de 2011
Se fosse para comprar outro livro do autor William P. Young, seria um dos primeiros a ser descartado da minha lista de desejos. Não que ele seja ruim, mas simplesmente porque a história não encantou como deveria. Me refiro ao tão comentado e badalado livro A Cabana. Não me levem a mal os fanáticos por este tipo de enredo, mas a escrita é fraca no que diz respeito ao 'conquistar o leitor'. Um livro precisa "prender", "amarrar", "entrelaçar" a mente daquele que está lendo no meio da história e em A Cabana você não se sente nenhum pouco mergulhado nela - somente em raros momentos. 
Um homem comum, Mack, que perde sua filha assassinada e ainda criança, Missy, recebe um bilhete misterioso do Papai (assim é chamado Deus por sua esposa) para encontrá-lo no local de A Grande Tristeza. E passa - em sua mente - um final de semana inteiro com Deus, Jesus e o Espírito Santo, em busca de se curar e confiar no Pai. Para uma história que queria quebrar esteriótipos religiosos e que muitas vezes conseguiu, não deveria se tratar da divina Trindade. As coisas são tão confusas no início que o leitor se perde toda vez que tenta entender.
Se fosse resumir A Cabana em uma palavra, diria : chato. O início é 'bonzinho', o meio e 90% do livro são um castigo de leitura e o final, melhora, mas logo acaba. Talvez o maior erro do autor tenha sido em não saber colocar mais ação nas conversas constantes de Mack com Papai, o que torna tudo um monólogo, meio parado, um assunto de criança travessa com o padre da Igreja. Faltou a emoção do agir, faltou sentir mais profundamente os conflitos internos de um homem que perdeu sua jóia rara, de um homem que perdeu a fé em Deus e na sua bondade. 
O que quero, pura e simplesmente afirmar, é que a história foi feita para aqueles que comparecem na igreja todos os domingos, pois somente eles vão achar os ensinamentos preciosos que William P. Young tenta nos transmitir. Aos demais, o enredo perde a graça no meio do caminho - no momento mais importante de todos -  e logo sua cabeça vai se disperçar em outros rumos de pensamento. É a mesma coisa que ler, mas não ler de verdade.
Não vejam isto como algo severo de minha parte, pois em todos os parágrafos estive falando que A Cabana tem coisas muito boas, mas que não foram bem passadas. Não porque Young não soube expressá-las, mas apenas pela monotomia que se afundou a narrativa. Você não conseguirá se infiltrar nos sentimentos de Mack, não saberá o que ele sente na pele realmente, é algo muito abstrato para querer pegar com a idéia...é só isso que você terá, uma vaga idéia do que seja, compreenderá tudo, mas será incapaz de descrever para si mesmo, imaginando apenas que "é difícil" mas não saberá a profundidade.
É um erro cometido pela própria história em si. Talvez ela contada seja mais empolgante do que escrita. Porém, acho, que acima de tudo, você vai ter que acreditar e saber discernir o que é realidade e o que é fantasia no meio das palavras. 

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