A tecnologia que revolucionou o modo de fazer chocolate

sexta-feira, 9 de abril de 2010
O processo, as invenções e a popularização que tornaram o doce um grande negócio

A Revolução Industrial contribuiu de várias formas para a produção das fábricas no Brasil e no mundo. E com o chocolate não podia ser diferente. Se não fosse por essas máquinas não se teria tanta diversidade de sabores neste ramo das indústrias, nem formatos e nem sequer o chocolate ao leite.

O processo pelo qual o cacau passa não é tão simples quanto degustar o doce. O inicio da produção ocorre ainda nas fazendas com a retirada das amêndoas, que contém entre 20 e 30 sementes do fruto e um alto teor de gordura e água. Para a eliminação do líquido, elas passam por uma secagem de oito dias, posteriormente ensacadas e levadas para as fábricas. A torrefação é um complemento da secagem, para eliminar de vez a água e aromatizar o cacau.

Em seguida as sementes são resfriadas e vão para o triturador que retira a sua casca. Na moagem, elas são picadas em pequenos pedaços, se tornando uma massa pastosa. A máquina de prensagem a divide em dois tipos: a manteiga de cacau e a massa – uma parte se fará o achocolatado e outra será usada na fabricação do chocolate.

Os aparelhos chamados de agitadores movem a massa constantemente para tirar a acidez e a umidade do doce. Os açucares também são triturados e quebrados em pequenas partículas, melhorando a textura do chocolate. É isso que define o quanto ele é “fino”. Sem a tecnologia presente nas máquinas, nenhuma dessas operações seriam possíveis.

Das invenções ao chocolate caseiro

Os anos seguintes a 1730 marcaram para sempre as empresas que conhecemos hoje. O francês Doret inventou a máquina de esmagar amêndoas e fundir o chocolate, Dubuisson, a mesa de moagem e os demais inventores, o inglês Joseph Fry (máquina a vapor), Rodolphe Lindt (máquina que mexia e aquecia o chocolate por 72 horas), Bozelli (era capaz de produzir mais de 300kg de chocolate por dia) e o alemão Coenraad Johannes Van Houten (sistema de prensa hidráulica que separa a manteiga do cacau).

Mas nem tudo sai perfeito no “chocolate industrializado”. Conforme foi se popularizando, as próprias pessoas começaram a produzir “chocolates caseiros”. Sílvia Alves dos Santos de 41 anos é balconista e faz ovos de páscoa em casa há oito anos. “Prefiro trabalhar com as mãos, pois conheço pessoas que adquiriram máquinas e os resultados foram desastrosos pois o chocolate saía muito ruim, com pior qualidade” afirma.

Isso causou perda de clientes e por iniciativa própria viu na páscoa um novo negócio. É a semana mais corrida de Silvia que chega a ficar noites sem dormir para poder fazer ovos, bombons e cestas. “Essa é a época que mais rende, somente nesta data chego a vender mais de 200kg de chocolate caseiro” contou.

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