O imaginário que conquista as telas do cinema

terça-feira, 27 de abril de 2010
Professor da Univ. São Judas , José Edward, durante entrevista

Literatura e cinema, duas artes que se unem em um espetáculo de imagens e sons. Os livros, que surgiram há milênios, se tornam inspiração para filmes e vão para as telonas realizar o sonho dos leitores de poder ver o que antes era imaginado. Nas décadas de 20 e 30 os escritores passam a ser contratados como roteiristas e é a partir daí que nascem grandes adaptações, como, por exemplo, o clássico “E o vento levou”.

As críticas de jornalistas e fãs são com relação à história. Muitos acreditam que se o diretor deixar uma cena de fora, já alterou o desenrolar da trama e o desfecho será diferente. Mas os fanáticos e críticos se esquecem de que a linguagem do cinema e a da literatura não são a mesma. “Cada um tem a sua visão dos personagens, as pessoas aprovam ou não dependendo do seu imaginário. Se isso não bate com o que a população imaginou, é outra história” contou o professor de técnicas de som e imagem, José Edward Janczukowicz.

O crítico de cinema e professor de jornalismo online Clóvis Furlanetto, diz que é difícil para um escritor ter de mexer em sua história e cabe ao roteirista ser o mais fiel possível. “Imagine o autor de um livro que tem suas palavras e história com ricos elementos da imaginação, ter que decidir quem “vive ou morre”, partes da trama, para transformar em filme. É necessário conhecer o autor, seus trabalhos, enfim captar a essência do que pretende adaptar” explicou.

Os quadrinhos são mais difíceis do que o livro, uma vez que as HQs já mostram o personagem e o cenário como são. “Tudo depende de quem está filmando e o acordo que foi feito, porque o diretor põe a visão dele. Os autores querem a máxima fidelidade à sua história e o cinema é o que vemos no nosso dia a dia. É imagem, som e movimento extremamente realistas”, afirma Edward.

O que as distribuidoras e produtoras dizem é que para conseguir fazer uma boa adaptação é necessário dividi-la em dois. É o caso de sagas recentes como “O Hobbit”, “Crepúsculo” e “Harry Potter”. Simplesmente uma jogada de marketing. “São mídias diferentes. Existem coisas que funcionam nos livros e muitas vezes não fazem sentido nos filmes. Em minha opinião, ainda não temos o melhor livro adaptado”, completou Furlanetto.

Fotos: Alessandra Sabbag

1 comentários:

  1. Nem sempre a história do livro adaptado em filme acaba correspondendo a expectativa, pois é óbvio que o livro é mais completo e sofre algumas alterações. Porém, o longa ajuda a imaginar melhor os personagens e os lugares.

    Eu estava nessa entrevista hehehehehehe... até fui intrometida fazendo umas perguntas para o prof., mas que ajudou a Alê pelo menos...rssssssssss

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