Usinas nucleares: fim do mundo ou início de uma nova era?

terça-feira, 10 de maio de 2011
Pessoal, desculpem pela ausência aqui no DR. Infelizmente vou ter que dedicar menos tempo ao blog pois finalmente consegui um emprego!! Mas vamos ao que interesse né ....
A matéria das Usinas Nucleares finalmente foi publicada no O ESTADO RJ, mas eu, que sempre entendi as modificações que são feitas nos meus textos, desta vez reclamei à eles. Além de 'corrigirem' de forma contrastante, trocaram a fala dos entrevistados e a foto (imaginem como estou P. da vida agora). Por isso, a matéria que será publicada aqui no blog é a MINHA, a ORIGINAL, com todos os erros bobos que deve ter, mas que pelo menos não chega a ser tão deselegante. Mas no final do post você pode conferir a matéria no site.

 
Usinas nucleares: fim do mundo ou início de uma nova era?


Central Nuclear de Angra
Más recordações de acidentes nucleares deixam a população alarmada mesmo que não conheçam totalmente a segurança nas usinas e os benefícios à sociedade

O terremoto e o tsunami  que atingiram o Japão em Março, provocaram danos na usina nuclear de Fukushima, e despertaram no mundo um grande debate e divergências, além do medo, sobre a tecnologia nuclear. De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), existem 442 reatores nucleares em diversos países.  Esses reatores são máquinas blindadas contra radiação que controla reações nucleares e produzem energia. 
Outros acidentes como o de Chernobyl também entraram para as lembranças más de energia nuclear, porém, para José Manuel Diaz Francisco, Coordenador de Comunicação e Segurança  da Eletronuclear, estes acidentes não foram tão graves. “Na época de Chernobyl foi previsto a morte de 2 mil pessoas por câncer. Até hoje foram apenas 50 e um novo relatório indica que ficará abaixo de 100 mortes. As usinas nucleares possuem o menor índice de acidentes de indústrias que produzem energia, mesmo levando em consideração estes casos” afirma.
Após o acidente de Fukushima, muitas pessoas, instituições e organizações querem banir as usinas de seu país. No Brasil, por exemplo, O Greenpeace já realiza um abaixo-assinado denominado de “Pare Angra III” que ultrapassa 29 mil apoiadores. “Sou contrário às usinas nucleares por que esta não é uma tecnologia totalmente testada e apresenta problemas sérios, como vimos  no Japão. No nosso caso, um desastre nuclear seria catástrófico por que sofremos com nossa proverbial falta de organização e de segurança. Como retirar milhares de pessoas de Angra, por exemplo? Nosso modelo nuclear, ainda mais, é baseado no alemão que, em muitos aspectos, é considerado ultrapassado”  alega Moacir Assunção, jornalista.
Para Anderson Luiz de Jesus, físico formado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), muitos estão desinformados sobre o assunto e ele considera a idéia simplesmente absurda. “Nossa civilização atual, precisa de energia e a demanda só cresce a cada ano! A população aumentando, as indústrias se multiplicando... as pessoas querem consumir mais e mais e lotam as lojas atrás de eletrodomésticos e eletrônicos, querem automóveis, conforto... Isso tanto em países desenvolvidos como nos emergentes, então naturalmente eles precisam ampliar e desenvolver suas matrizes energéticas, ou o colapso é iminente” afirma.
Outras formas de se obter energia seria através de hidrelétricas, energia eólica, solar ou de combustíveis fósseis. Porém, a eólica e a solar juntas não são o suficiente para a produção e a demanda, e a de combustíveis devido a extração de petróleo, gás natural e carvão, aumentaria ainda mais a quantidade de emissões de gases do  efeito estufa. Neste caso, a melhor opção mesmo são as hidrelétricas, mas somente países com grandes recursos naturais e potencial hidrográfico como o Brasil, conseguiria se manter. O que certamente não é o caso do Japão, um lugar pequeno e com diversas indústrias e de população muito consumidora.
“O Brasil é um dos países que mais crescem. As hidrelétricas ficam mais ao norte e por questões ambientais não se pode fazer mais barragens, alguns podem, porém barragens menores. Pode-se investir mais no gás e no carvão? Pode. Na eólica? Claro. Mas você vai estar submetido as questões climáticas. O Brasil precisa de todas as formas de energia e investir em todas elas” conta Diaz.

Segurança, resistência e aplicação em outras atividades


Reator Nuclear


Os cientistas ficaram impressionados com a resistência da estrutura de Fukushima, que mesmo com um terremoto e um tsunami, não desmoronou como todo o resto ao seu redor. Nos últimos tempos, a engenharia usada na construção de usinas nucleares se mostrou inabalável nestes quesitos. Mas o que é necessário para colocar uma delas em pé? Pesquisas de sítios adequados, boas condições geológicas e local onde tenha água, para o resfriamento. 
“Existem vários tipos de reatores nucleares, porém nem todos são usados para a produção de energia elétrica. Alguns são apenas para pesquisa ou para produzir radioisótopos para diversas finalidades. Outros tipos de reatores também estão em fase de teste, como o ADS (Accelerator Driven System) que está sendo desenvolvido para aproveitar os resíduos nucleares de outros reatores como combustível” complementa Luiz.
Além do uso do Chumbo, uma excelente blindagem contra a radiação, aço e concreto são outras formas de evitar radiação. O envoltório de contenção, por exemplo, é um prédio branco de duas paredes de aço reforçado que funciona como uma barreira – Chernobyl não tinha uma dessas. É criado também uma defesa de profundidade e redundância, onde quando um sistema falhar ou não funcionar, o outro sistema irá cobrir esta falha. “Algumas áreas da usina não tem radiação nenhuma, outras tem um nível muito baixo e se forem níveis altos ela soa um alarme. A roupa é apenas para evitar contaminação e não radiação. Se você viajar muito de avião pegou mais radiação do que os funcionários de uma usina” esclarece Diaz.
“As pessoas que trabalham em uma usina não correm mais ou menos riscos do que uma que não trabalha. Quando alguém fica exposto à radiação, a pessoa não se torna radioativa! Ninguém fica radioativo só por tirar uma radiografia! Em uma usina os funcionários utilizam um aparelho chamado dosímetro, que é preso à roupa e mede a quantidade de radiação ambiente, além de luvas, óculos de proteção, roupas especiais que cobrem o corpo, etc” completa Luiz.
A energia nuclear e a radioatividade são usadas também para pesquisas, curas e tratamentos de doenças (na medicina), aplicação e melhoria da qualidade de produção de sementes (agricultura), preservação e qualidade da carne e também na agropecuária. Aliás, todos os estabelecimentos médicos e odontológicos que tenham algum equipamento que emite radioatividade, precisam mantê-lo em sala separada, revestida de chumbo e dar 30% a mais de salário aos seus funcionários.


Trabalhador medindo os níveis de radiação do reator

1 comentários:

  1. Unknown disse...:

    Nossa, já faz tempo heim! parece que foi ontem! Bela matéria.

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