No céu, nas estrelas

sábado, 8 de setembro de 2012

Às vezes sinto que tenho que salvar o mundo, mas o mundo parece que não quer ser salvo.  Lá fora o céu já está escuro, as estrelas brilhando com aquele calor peculiar que o sol deixou durante o dia. Para a minha apreciação, só me resta observar como a natureza sempre age sozinha, sempre parece que sabe o que fazer. E eu sinto que aqui dentro de mim tenho todas as respostas para os maiores mistérios do universo – este universo é o que se resume na vida.
É verdade que algumas vezes me arrebatem o medo e a dúvida, mas algo me diz, que quando olho para o céu e as estrelas,  meu coração transborda de esperança, pois eu sei que só o que está ali em cima me traz a paz que a jornada árdua daqui debaixo não consegue me deixar desfrutar.  E é durante os meus sonhos que a mente vaga por outros mundos e me fazem esquecer a dor da desconfiança que parte de tantos olhos.
Eu sei, bem aqui no fundo, que sou mais uma pessoa que pode fazer alguma coisa. Às vezes acho tudo isso muita responsabilidade para mim... Sinto o peso de um prédio despencando seus escombros em minhas costas e isso dói. A solidão me bate, as lágrimas me espancam. Elas rolam com naturalidade, como se chorar fosse simples e fácil... Afinal, no dia a dia, tento sobreviver como qualquer um de nós. Mas quando estou assim, só eu, o céu e as estrelas, começo a dançar e a me munir de forças para o dia seguinte. Respiro.
No fundo queria ser ainda criança, porém não mais sou. Queria poder ter voltado no tempo e modificado atitudes, refeito a história. No fundo não me considero uma pessoa suficientemente boa para salvar o mundo, não sou super-herói, não tenho super-poderes. Eu não sou perfeito. No fundo, sei tudo o que sou e sei tudo o que preciso ser. Às vezes tenho vontade de largar essa estrada e tomar outra sem rumo que me leve a lugar algum, mas que seja longe daqui.  É, é uma vontade de lutar pelos sonhos mais loucos e irresponsáveis e deixar o que é sério.
Mas quando olho para o céu e a estrelas reflito um pouco sobre tudo... E percebo que não importa quando nem aonde, sempre tem alguém que precisa de uma mão. Eu quero ser essa mão e quero estender a minha quando necessário. O problema é que nem sempre isso acontece. E isso machuca aqui dentro, despedaça, destrói. Olho o céu e as estrelas e penso: “Não. Não posso cair.”
Seja o que for ou o que seja, preciso continuar de pé e só posso ajoelhar e chorar diante da natureza que me observa ser fraco nos momentos solitários e escondidos. E o seu ar puro, o farfalhar das árvores, o vento, o céu e as estrelas, calam os meus soluços em meio a cidade grande que só se importa com o barulho dos automóveis nas ruas. Abastecido de uma energia renovada, o corpo de levanta ainda abatido pela tristeza. Mas de alguma forma, não me pergunte como, eu sei que vou conseguir. E é assim que me entrego ao sono para logo vir o sol, anunciar a chegada de um novo dia. 


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