Crítica: Como Eu Era Antes de Você

domingo, 14 de fevereiro de 2016
"Como Eu Era Antes de Você", romance da autora Jojo Moyes logo mais será mais um livro a ir para as telonas do cinema. Já havia visto ele antes nas estantes e cheguei a ler a sinopse, porém, vamos dizer a verdade: Aquela capa e aquele "jeito" de história de novela mexicana não eram atraentes. Algo muito abstrato e que me pareceu ter um certo drama de amor incompreendido.



O que se pode esperar do livro? Bem, existem mil leitoras por aí que vão dizer que é excelente, ótimo, emocionante. Na minha análise, após o término do capítulo final, eu apenas diria: é um bom livro. Para o meu estilo de romance, Jojo Moyes precisa caprichar um pouco mais nos seus finalmentes. A impressão é que ela teve que terminar a história correndo, deixando o fim um triste gosto de "Ok, foi emocionante, mas só isso?". Sim, eu esperava mais desse final.
"Como Eu Era Antes de Você" narra a vida pacata de uma jovem de 27 anos chamada Louisa, que desempregada, começa a trabalhar para o tetraplégico Will Traynor - um jovem rapaz acostumado com uma vida de viagens, trabalhos e esportes. Não é preciso dizer que, diante deste fato trágico, Will quer ter o suicídio assistido como alternativa para acabar com o seu sofrimento e a sua dor. O que é um ponto positivo da obra é justamente a descaracterização do "príncipe encantado" - Will está longe de ser um homem perfeito. Ele é grosseiro, arrogante, rude, e até diria que lhe falta um pouco de educação e consideração com as pessoas. Muito diferente de Louisa, simples, gentil e infantil (a famosa "menininha que ninguém nota a não ser pelas roupas fora de moda"). E ela encara isso como uma missão para convencer Will de que vale a pena viver.
É assim que os dois se aproximam e apaixonam um pelo outro e justamente nesse instante, quando você pensa que as coisas vão andar, elas começam a se desencontrar. Apesar do livro estar em um bom tamanho, Jojo Moyes demora demais para fazer a carruagem andar. Ela poderia ter economizado palavras em alguns capítulos sobre os pensamentos e devaneios de Louisa, que diga-se de passagem não possuem nada de interessante, e dar mais valor aos acontecimentos que vão fazer jus ao título da obra. Além disso, poderia ter abordado mais assuntos relativos aos tetraplégicos, fazendo com que você pudesse mergulhar no mundo deles, sentir-se na pele deles e poder afirmar por si mesmo se a atitude de Will era boa ou ruim - pois do jeito e forma como foi, pareceu algo muito ruim. Mas o fato de termos um personagem masculino deficiente coloca o tema em evidência e discussão, o que já é um fato positivo. 
Ao meu ver, a autora tinha tudo para fazer uma história fantástica, nos emocionar muito mais, nos fazer saborear esses momentos até que nos acabássemos de lágrimas com o fim, soluçando sem parar. Ela tinha enredo para isso, mas ficou somente no "comum", sem surpresas - isto quer dizer, nada além do que eu já esperava. E quando finalmente isso vai acontecer, acontece em uma página ou duas e pronto. Deixa a tristeza, mas nada que me prenda ou me faça refletir. Terminei com a sensação de algo pouco explorado, um vazio sem fim. 
O livro é apenas bom.

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