Crítica: Quem é você, Alasca?

domingo, 7 de junho de 2015


É deprimente pensar que autores famosos conseguem sucesso com algo tão pobre quanto John Green conseguiu com Quem é você, Alasca?. Você se lembra daqueles filmes americanos tipicamente adolescentes, do estilo American Pie? Nisto se resume a história desse livro. Um garoto normal que se envolve com amigos malucos, uma garota maluca, fumam, aprontam sua travessuras como um bando de crianças que estão sem a vigilância dos pais.
Afinal, isto me faz pensar em como ser detalhista pode ser tão irritante ou o quanto a psicologia moderna pode beirar a loucura e a insanidade, o que revela uma informação interessante sobre o autor: a de que ele não sabia o que estava fazendo, ou melhor, escrevendo. O pior de tudo isso? É tentar entender o motivo pelo qual ele entra na lista dos mais vendidos - Na verdade há uma resposta e se chama "A Culpa é das Estrelas".
Quando temos disponíveis nas prateleiras outros tantos livros incríveis, muitas pessoas gostam e aprovam a psicologia barata da adolescência americana e caem na, vamos dizer assim, "modinha" do momento. Desde quando será que os autores passaram a falar tanto dos detalhes? Existem tantas descrições em Quem é você, Alasca? que as páginas ficam carregadas de informações inúteis para a história, coisas que não levam a lugar nenhum e não dizem nada sobre os personagens. É de dar sono.
Chegamos nas partes que geralmente os bons leitores sabem apreciar, a arte de desenvolver a complexidade dos personagens no texto. Sim, pois isso é uma arte e um ingrediente essencial que pode tanto ser um sucesso quanto um grande fiasco. Se não colocado na dose certa, tudo vai por água abaixo. Infelizmente é preciso dizer que John Green necessita de aulas sobre este assunto. Certamente que descrever sobre "as últimas frases" ditas antes de morrer, uma linda paisagem vista pela janela, seguir sempre o colega ou se apaixonar pela garota mais óbvia do mundo, está longe - muuuuuitooooooo longe - de falar ao leitor sobre a mentalidade daquele ser humano imperfeito que acompanhamos página após página.
Ele precisava aprender um pouco com Patrick Rothfuss sobre isso; com George R. R. Martin sobre detalhes; com Kaled Hosseini sobre cultura; com J.R.R Tolkien sobre ritmo; e para não dizer que fui tão longe assim de seu universo, com J.K Rowling sobre aventura adolescente. Sei que o autor é quase um "queridinho da turma", mas se você acha ele bom, precisa se aventurar em fantasias e romances de verdade. 

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